Parte 15: A Pesca da Tainha 1
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Fazia frio.
O vento sul tornava ainda mais doido à baixa temperatura.
A praia de cima, da Pinheira, estava preparada para a pesca da tainha.
As parelhas de pesca estavam nos seus ranchos aguardando o sinal do vigia.
Havia muito peixe próximo ao costão.
Calculavam os mais experientes, que o cardume era formado por mais de cem mil tainhas; o que aumentava a expectativa dos que se encontravam nos ranchos.
Seu Joaquim já acostumado a esta atividade, que fazia sempre nos meses de maio e junho, tinha esperanças de realizar uma farta pesca.
Aprendera a ler na natureza, as condições ideais para a pesca da tainha.
Sabia que os grandes cardumes de tainhas só apareceriam depois de um forte vento sul, que ajudava os peixes a saírem para o mar na barra do Rio Grande.
Nos últimos l5 anos aprenderá as manhas desta pescaria, que poderia trazer grandes surpresas. Os ventos, as condições do mar, a qualidade dos equipamentos utilizados, a experiência do patrão da canoa e o tamanho dos cardumes poderiam fazer a diferença de uma boa ou má pescaria.
Este ano, com certeza seria de boa safra. Fazia quase l0 dias que havia soprado forte rebojo, suficiente para ajudar os peixes a vencerem a barra do Rio Grande e caminhar rapidamente pelo mar. Foi o sinal para que preparassem as redes de pesca e rumassem para o rancho da praia de cima.
Calmamente tinha vistoriado a rede na procura de malhas roídas pelos ratos, enquanto esperava a camaradagem que vinha das propriedades agrícolas próximas. Foram estes chegando lentamente, trazendo suas cestas de comida e muita disposição para a pesca.
As duas canoas grandes já estavam arrumadas com as redes e demais equipamentos, como calões, bóias e remos; aguardando apenas o sinal do vigia para se lançarem ao mar. Os camaradas de terra, que ajudariam a puxar a rede, também estavam preparadas, aguardando no rancho o momento de fazerem a sua parte.
O dia havia amanhecido frio. A aragem de vento sul que tinha soprado durante toda a madrugada começava a se acalmar. Era tudo o que precisavam para que o enorme cardume que estava próximo à ponta da vigia se aproximasse do ponto ideal para realizarem o cerco.
Seu Jesus, olheiro experiente, que fazia a tarefa de vigia de tainha, calculava que nos costões entre a Pinheira e Guarda do Embaú havia mais de duzentos mil peixes.
Os cardumes formavam grandes manchas escuras, junto aos rochedos.
Para ele, se tudo desse certo, apenas em uma semana, capturaria os peixes necessários a fazer um bom estoque de peixe escalado para os meses seguintes.
A bandeira foi agitada no costão.
O seu Antônio, que fazia o papel de vigia de praia, interpretou os sinais e agitando sua bandeira orientou as parelhas que se lançariam ao mar nos próximos minutos, pois um lanço bem sucedido dependia do tempo gasto para alcançar a “cabeça do cardume” e ver o melhor momento de jogar a rede.
O alvoroço foi geral entre aqueles quase trinta homens.
As canoas foram colocadas no mar, sendo rapidamente ocupadas, cada uma, por quatro remadores e o patrão.
Na praia, os “camaradas de terra” se preparavam para puxar os “calões” que sustentavam a rede.
Ao sinal do patrão a canoa foi empurrada com toda a força pelos camaradas de terra e sustentada pelas vigorosas remadas dos “remeiros” a fim de ultrapassar o “lagamar”. A operação foi bem sucedida com as duas embarcações.
Em poucos minutos se aproximaram do ponto sinalizado pelo vigia.
Uma grande mancha escura se movia em direção ao norte, ao encontro das canoas.
- Lançar o “calão”, ordenou o seu Pedro, que comandava a primeira embarcação.
Completando: remem a toda força em frente, que eu cuida da direção.
E foi dando as instruções. Temos que cortar a “manta” ao meio senão ela vai rebentar a rede. Erguendo a voz, para ser ouvido pelos ocupantes da outra embarcação falou: não lancem a rede ainda, aguardem para cercar só quando os calões da nossa rede estiverem chegando à praia.
Foi imediatamente obedecido, mantendo - se a outra canoa “marolandol”, aguardando o momento certo para agir.
Os cabos foram arriados à medida que a canoa se aproximava da praia, até tocar na mesma e entrar em ação os camaradas de terra. Foi à rede “retesar” e o peixe estourou, fazendo surgir um forte chuveiro prateado, que colocou as cortiças no fundo. Haviam cercado mais peixes que imaginavam.
O peso se tornou muito forte, ameaçando romper a rede. Só não aconteceu devido o grosso do cardume aprisionado ter se acalmado, permitindo que a rede fosse se aproximando da praia.
- Lançar a rede de reserva, ordenou seu Pedro através de sinais.
Foi imediatamente obedecido.
Agora era torcer para que as redes agüentassem o estouro dos peixes junto a quebra, caso contrário teriam que abrir parte da rede para evitar que a mesma se partisse e soltasse o grosso do cardume.
Os homens que haviam participado do lançamento das redes, se juntaram aos demais camaradas de terra, ajudando a puxar para terra, aquela imensa massa de peixe aprisionada.
Era torcer para que tudo desse certo.
Se isto acontecesse à pesca estava encerrada para aqueles camaradas de terra, pois conseguiriam tainhas suficientes para alimentarem suas famílias na época do plantio. Outros viriam sucedê-los.
Fazia frio.
O vento sul tornava ainda mais doido à baixa temperatura.
A praia de cima, da Pinheira, estava preparada para a pesca da tainha.
As parelhas de pesca estavam nos seus ranchos aguardando o sinal do vigia.
Havia muito peixe próximo ao costão.
Calculavam os mais experientes, que o cardume era formado por mais de cem mil tainhas; o que aumentava a expectativa dos que se encontravam nos ranchos.
Seu Joaquim já acostumado a esta atividade, que fazia sempre nos meses de maio e junho, tinha esperanças de realizar uma farta pesca.
Aprendera a ler na natureza, as condições ideais para a pesca da tainha.
Sabia que os grandes cardumes de tainhas só apareceriam depois de um forte vento sul, que ajudava os peixes a saírem para o mar na barra do Rio Grande.
Nos últimos l5 anos aprenderá as manhas desta pescaria, que poderia trazer grandes surpresas. Os ventos, as condições do mar, a qualidade dos equipamentos utilizados, a experiência do patrão da canoa e o tamanho dos cardumes poderiam fazer a diferença de uma boa ou má pescaria.
Este ano, com certeza seria de boa safra. Fazia quase l0 dias que havia soprado forte rebojo, suficiente para ajudar os peixes a vencerem a barra do Rio Grande e caminhar rapidamente pelo mar. Foi o sinal para que preparassem as redes de pesca e rumassem para o rancho da praia de cima.
Calmamente tinha vistoriado a rede na procura de malhas roídas pelos ratos, enquanto esperava a camaradagem que vinha das propriedades agrícolas próximas. Foram estes chegando lentamente, trazendo suas cestas de comida e muita disposição para a pesca.
As duas canoas grandes já estavam arrumadas com as redes e demais equipamentos, como calões, bóias e remos; aguardando apenas o sinal do vigia para se lançarem ao mar. Os camaradas de terra, que ajudariam a puxar a rede, também estavam preparadas, aguardando no rancho o momento de fazerem a sua parte.
O dia havia amanhecido frio. A aragem de vento sul que tinha soprado durante toda a madrugada começava a se acalmar. Era tudo o que precisavam para que o enorme cardume que estava próximo à ponta da vigia se aproximasse do ponto ideal para realizarem o cerco.
Seu Jesus, olheiro experiente, que fazia a tarefa de vigia de tainha, calculava que nos costões entre a Pinheira e Guarda do Embaú havia mais de duzentos mil peixes.
Os cardumes formavam grandes manchas escuras, junto aos rochedos.
Para ele, se tudo desse certo, apenas em uma semana, capturaria os peixes necessários a fazer um bom estoque de peixe escalado para os meses seguintes.
A bandeira foi agitada no costão.
O seu Antônio, que fazia o papel de vigia de praia, interpretou os sinais e agitando sua bandeira orientou as parelhas que se lançariam ao mar nos próximos minutos, pois um lanço bem sucedido dependia do tempo gasto para alcançar a “cabeça do cardume” e ver o melhor momento de jogar a rede.
O alvoroço foi geral entre aqueles quase trinta homens.
As canoas foram colocadas no mar, sendo rapidamente ocupadas, cada uma, por quatro remadores e o patrão.
Na praia, os “camaradas de terra” se preparavam para puxar os “calões” que sustentavam a rede.
Ao sinal do patrão a canoa foi empurrada com toda a força pelos camaradas de terra e sustentada pelas vigorosas remadas dos “remeiros” a fim de ultrapassar o “lagamar”. A operação foi bem sucedida com as duas embarcações.
Em poucos minutos se aproximaram do ponto sinalizado pelo vigia.
Uma grande mancha escura se movia em direção ao norte, ao encontro das canoas.
- Lançar o “calão”, ordenou o seu Pedro, que comandava a primeira embarcação.
Completando: remem a toda força em frente, que eu cuida da direção.
E foi dando as instruções. Temos que cortar a “manta” ao meio senão ela vai rebentar a rede. Erguendo a voz, para ser ouvido pelos ocupantes da outra embarcação falou: não lancem a rede ainda, aguardem para cercar só quando os calões da nossa rede estiverem chegando à praia.
Foi imediatamente obedecido, mantendo - se a outra canoa “marolandol”, aguardando o momento certo para agir.
Os cabos foram arriados à medida que a canoa se aproximava da praia, até tocar na mesma e entrar em ação os camaradas de terra. Foi à rede “retesar” e o peixe estourou, fazendo surgir um forte chuveiro prateado, que colocou as cortiças no fundo. Haviam cercado mais peixes que imaginavam.
O peso se tornou muito forte, ameaçando romper a rede. Só não aconteceu devido o grosso do cardume aprisionado ter se acalmado, permitindo que a rede fosse se aproximando da praia.
- Lançar a rede de reserva, ordenou seu Pedro através de sinais.
Foi imediatamente obedecido.
Agora era torcer para que as redes agüentassem o estouro dos peixes junto a quebra, caso contrário teriam que abrir parte da rede para evitar que a mesma se partisse e soltasse o grosso do cardume.
Os homens que haviam participado do lançamento das redes, se juntaram aos demais camaradas de terra, ajudando a puxar para terra, aquela imensa massa de peixe aprisionada.
Era torcer para que tudo desse certo.
Se isto acontecesse à pesca estava encerrada para aqueles camaradas de terra, pois conseguiriam tainhas suficientes para alimentarem suas famílias na época do plantio. Outros viriam sucedê-los.
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