Parte 8: Deus testemunhando a união de culturas
ver parte 7
A semana transcorreu sem maiores novidades.
As relações entre as duas famílias corriam as mil maravilhas. Parecia até que já viviam juntos fazia muito tempo.
Seu Manoel e dona Maria tomaram grande amizade por seus hóspedes, de tal forma, que os Faialenses se entrosaram nas atividades diárias; quer participando na lavoura e na pesca; quer nas lides diárias da casa. Dava gosto ver a harmonia reinante naquele lar. E era um lar pobre, onde os recursos eram escassos, se obtendo praticamente apenas o sustento das famílias.
A falta de ambição, a generosidade, e o espírito cristão de ambas as famílias contribuíram para o excelente clima de cordialidade.
Não eram muitas as famílias açorianas que tinham conseguido tal integração.
Muitas só eram aceitas por ter sido ordem do Governador da Capitania, a quem não desejavam contrariar.
O domingo chegou. Era dia de descanso e orações na igreja. Todos aguardavam o momento de poderem conversar sobre as novidades. Dê poderem ver os novos habitantes do Desterro, que em sua maioria tinham ficado recolhidos às casas onde estavam hospedados.
O dia amanheceu ensolarado, prometendo ser muito quente. Nenhuma nuvem se avistava no céu, que refletia no mar uma bela cor azulada. Melhor não precisava para quem tinha uma manhã de descanso, voltada para as coisas de Deus.
A praça em frente à Igreja Matriz da vila de Desterro estava repleta de pequenos grupos humanos, que conversavam sobre assuntos diversos.
Aqui se vendia uma parelha de bois próprios para o engenho.
Ali, se discutia como comercializariam os fartos pescados que estavam capturando. Acolá se comentava a presença de tanta gente nova na vila, que só agora podiam observar reunidas para a prática do culto.
Em cada grupo rolava diferentes conversas, mostrando que a vida vicejava entre aqueles seres humanos.
Os trajes vistosos, domingueiros, indicavam a importância que estava sendo dado ao momento.
As mulheres açorianas, com suas saias longas e coloridas, trabalhadas em seus teares manuais, cobrindo as anáguas; blusas e corpetes bordados manualmente, adornados com lenços coloridos, que caiam pelos ombros; aos pés sandálias, com suas pontas dobradas, feitas de couro, ou calçadas com tamancos de madeira.
Os homens com seus trajes domingueiros, constituído do “fato”, usados nestas oportunidades, até mesmo pelos menos abastados; e calçados de botas ou tamancos de madeira.
Portavam-se os açorianos, como em sua terra natal.
Os moradores do Desterro, longe das rotas marítimas, onde abundavam a seda e tecidos finos apresentavam, no geral, trajes menos vistosos, com pouco colorido. Mesmo assim, asseados e bem assentados, tanto o feminino, quanto o masculino.
O sino tocou a primeira série de badaladas, era hora de se dirigirem para a igreja, pois em breve se iniciaria a missa.
Os grupos começaram a se desfazer, caminhando lentamente para o templo.
Como por enquanto, as fisionomias até então alegres e descontraídas foram substituídas por rostos sérios e compenetrados.
As mulheres, com os véus às mãos foram adentrando a Igreja, antes fazendo o sinal da cruz com água benta. Ocuparam o lugar a elas reservadas, separadas dos homens. Adornaram a cabeça com o véu. As casadas e viúvas com os véus de cor preta, as donzelas com véus brancos. Misturavam-se, as mulheres dos Açores com as nativas da ilha de Santa Catarina.
Não havia dificuldades de acompanharem a missa, toda rezada em latim, pois poucos sabiam o que estava sendo pronunciado, se limitando a acompanhar e repetir os velhos estribilhos, universalizados pela Igreja Católica Romana.
No rosto do sacerdote havia um misto de satisfação e orgulho, por ver a sua bela igreja matriz repleta totalmente de fiéis. Os estrangeiros, a primeira vista, tão ou mais devotos que os tradicionais moradores de Desterro.
Aproveitou-se da prática para exortar os fieis a viverem em harmonia e com espírito de tolerância recíproca, chamando a atenção para o fato de se iniciar uma nova fase na vida da povoação, agora com sangue novo, mas irmanados na crença de um mesmo Deus e Igreja.
O culto transcorreu como sempre, no maior silêncio, só quebrado pelas vozes dos participantes da missa.
Terminado o culto, novos grupos se formaram na praça para “prosear”, já com um pouco mais de descontração. Os cumprimentos e saudações se tornaram menos formal, mostrando que as palavras do padre surtiram efeitos imediatos.
Homens, mulheres e crianças se confraternizavam, mostrando que havia amplas possibilidades de uma vida em harmonia pelos anos seguintes.
As relações entre as duas famílias corriam as mil maravilhas. Parecia até que já viviam juntos fazia muito tempo.
Seu Manoel e dona Maria tomaram grande amizade por seus hóspedes, de tal forma, que os Faialenses se entrosaram nas atividades diárias; quer participando na lavoura e na pesca; quer nas lides diárias da casa. Dava gosto ver a harmonia reinante naquele lar. E era um lar pobre, onde os recursos eram escassos, se obtendo praticamente apenas o sustento das famílias.
A falta de ambição, a generosidade, e o espírito cristão de ambas as famílias contribuíram para o excelente clima de cordialidade.
Não eram muitas as famílias açorianas que tinham conseguido tal integração.
Muitas só eram aceitas por ter sido ordem do Governador da Capitania, a quem não desejavam contrariar.
O domingo chegou. Era dia de descanso e orações na igreja. Todos aguardavam o momento de poderem conversar sobre as novidades. Dê poderem ver os novos habitantes do Desterro, que em sua maioria tinham ficado recolhidos às casas onde estavam hospedados.
O dia amanheceu ensolarado, prometendo ser muito quente. Nenhuma nuvem se avistava no céu, que refletia no mar uma bela cor azulada. Melhor não precisava para quem tinha uma manhã de descanso, voltada para as coisas de Deus.
A praça em frente à Igreja Matriz da vila de Desterro estava repleta de pequenos grupos humanos, que conversavam sobre assuntos diversos.
Aqui se vendia uma parelha de bois próprios para o engenho.
Ali, se discutia como comercializariam os fartos pescados que estavam capturando. Acolá se comentava a presença de tanta gente nova na vila, que só agora podiam observar reunidas para a prática do culto.
Em cada grupo rolava diferentes conversas, mostrando que a vida vicejava entre aqueles seres humanos.
Os trajes vistosos, domingueiros, indicavam a importância que estava sendo dado ao momento.
As mulheres açorianas, com suas saias longas e coloridas, trabalhadas em seus teares manuais, cobrindo as anáguas; blusas e corpetes bordados manualmente, adornados com lenços coloridos, que caiam pelos ombros; aos pés sandálias, com suas pontas dobradas, feitas de couro, ou calçadas com tamancos de madeira.
Os homens com seus trajes domingueiros, constituído do “fato”, usados nestas oportunidades, até mesmo pelos menos abastados; e calçados de botas ou tamancos de madeira.
Portavam-se os açorianos, como em sua terra natal.
Os moradores do Desterro, longe das rotas marítimas, onde abundavam a seda e tecidos finos apresentavam, no geral, trajes menos vistosos, com pouco colorido. Mesmo assim, asseados e bem assentados, tanto o feminino, quanto o masculino.
O sino tocou a primeira série de badaladas, era hora de se dirigirem para a igreja, pois em breve se iniciaria a missa.
Os grupos começaram a se desfazer, caminhando lentamente para o templo.
Como por enquanto, as fisionomias até então alegres e descontraídas foram substituídas por rostos sérios e compenetrados.
As mulheres, com os véus às mãos foram adentrando a Igreja, antes fazendo o sinal da cruz com água benta. Ocuparam o lugar a elas reservadas, separadas dos homens. Adornaram a cabeça com o véu. As casadas e viúvas com os véus de cor preta, as donzelas com véus brancos. Misturavam-se, as mulheres dos Açores com as nativas da ilha de Santa Catarina.
Não havia dificuldades de acompanharem a missa, toda rezada em latim, pois poucos sabiam o que estava sendo pronunciado, se limitando a acompanhar e repetir os velhos estribilhos, universalizados pela Igreja Católica Romana.
No rosto do sacerdote havia um misto de satisfação e orgulho, por ver a sua bela igreja matriz repleta totalmente de fiéis. Os estrangeiros, a primeira vista, tão ou mais devotos que os tradicionais moradores de Desterro.
Aproveitou-se da prática para exortar os fieis a viverem em harmonia e com espírito de tolerância recíproca, chamando a atenção para o fato de se iniciar uma nova fase na vida da povoação, agora com sangue novo, mas irmanados na crença de um mesmo Deus e Igreja.
O culto transcorreu como sempre, no maior silêncio, só quebrado pelas vozes dos participantes da missa.
Terminado o culto, novos grupos se formaram na praça para “prosear”, já com um pouco mais de descontração. Os cumprimentos e saudações se tornaram menos formal, mostrando que as palavras do padre surtiram efeitos imediatos.
Homens, mulheres e crianças se confraternizavam, mostrando que havia amplas possibilidades de uma vida em harmonia pelos anos seguintes.
Marcadores: crônicas açorianas
0 Comments:
Postar um comentário